Toma “cálcio para os ossos”? Então leia:
Toda vez que vejo alguém ingerindo suplementos/remédios à base de cálcio “para melhorar os ossos”, muitas vezes sob prescrição de profissionais de saúde e frequentemente junto a alendronato, risedronato, ibandronato, pamidronato e ácido zoledrônico (bifosfonatos), fico sinceramente preocupado…
Explico:
1 – Quando você usa só grandes doses de um macromineral, como o cálcio, você tem grandes chances de desequilibrar dezenas dos demais (macro e até micro), sobretudo sódio, magnésio, potássio, ferro e zinco, ao “empurrá-los para fora do corpo” (a entrada excessiva de um destes usualmente faz o organismo expulsar os outros, para manter um gradiente minimamente compensado de cargas elétricas dentro dele), gerando inúmeros efeitos adversos com o tempo. Entenda mais sobre estes minerais buscando seus nomes aqui:
https://www.medicinacomplementar.com.br/biblioteca10.php
2 – Você não tem como garantir que o cálcio que toma vá para os lugares certos e/ou desejados se você não tem bons hábitos de vida e mínimo equilíbrio hormonal de base – é que estas são duas condições fundamentais para que o organismo saiba exatamente onde colocar o cálcio (e demais minerais), em que proporções e quanto deve excretar. De outra forma, você corre o risco de calcificar outras áreas no corpo, indesejáveis, como as artérias (assim entupindo-as gradativamente), criação de aumento de “calos ósseos”, enrijecimento de “partes moles” (como cartilagens e tendões), etc. Por exemplo, é o exercício físico regular quem ensina que músculos e ossos mais precisam receber minerais como o cálcio, magnésio, fósforo, … Minerais chegam às várias partes do corpo via circulação sanguínea e a maior parte do sangue é água… Nutrientes dependem de boa alimentação e boa saúde intestinal, minimamente, para que sejam absorvidos e metabolizados, …
3 – Está “na moda” repor cálcio sozinho, o que em geral já é um erro, mas junto à vitamina D (que é um hormônio), só que as doses de vitamina D utilizadas têm sido por demais pequenas, irrisórias. O ideal é dosar no sangue a vitamina D3-25-OH e, se baixa (deve estar usualmente entre 50 e 100 ng/ml, na maioria dos laboratórios que conheço), orientar o paciente a pegar mais sol regularmente (com qualidade) e repor, muitas vezes com doses iniciais bem mais altas que as indicadas por aí. Some-se a isso que, de forma simplista (para melhor entendermos), a vitamina D ativa ajuda os intestinos a absorverem o cálcio mas aí torna-se fundamental a vitamina K2 para que as células e tecidos “retirem-no” adequadamente da corrente sanguínea. https://icaro.med.br/vitaminad/
4 – Seu interesse no cálcio é por questões ligadas à osteoporose e osteopenia? Então entenda que o que mais importa para a saúde dos ossos, antes mesmo do cálcio, são água, proteínas e equilíbrio de hormônios (incluindo a vitamina D)…
Após corrigido isto, é claro, vejamos o cálcio e demais minerais!
É que a maior parte do osso é água e proteínas e não cálcio; Entenda: https://icaro.med.br/?s=osteoporose
5 – O uso de bifosfonados está associado a muitos efeitos colaterais e muitas vezes a ossos cheios de cálcio mas ainda assim quebradiços (pela falta de outros componentes importantes… Osso não é só cálcio, lembram-se?)
Entendido?
Agora é com você: ainda quer se entupir de cálcio para “fortalecer os ossos”? Busque informação e… Saúde!