Tenho visto uma proliferação da “profissão coach” no país. Há uns quatro anos, todo mundo queria ser corretor de imóveis, mas agora a “moda” parece que é “ser coach”.
Valorizo muito os bons coaches e indico alguns que realmente são top, como Márcio Micheli, Paulo Vieira e Bette Maria, mas tenho percebido que tem gente por aí (por vezes “até bem intencionada”) que está mais prejudicando do que ajudando, em parte por falta de bom senso e em parte por formação inadequada mesmo.
Minha dica, portanto, é que você escolha muito bem, criteriosamente, quem vai te orientar e guiar, afinal, um bom coach “mexe” com seu cérebro, sua mente, suas crenças, comportamentos, sentimentos, relacionamentos, hábitos e, por tudo isso, com seu presente e futuro!
Por exemplo, alguns erros comuns de coaches “não tão bons” (na minha humilde opinião):
- Não focar na promoção de hábitos saudáveis de vida. Se é a saúde do corpo que sustenta a do cérebro e este é fundamental para o funcionamento e expressão adequados da mente, como deixar de importar-se com o que é fundamental para o corpo? Quem não fornece o necessário para o organismo funcionar raramente conseguirá obter e manter adequado funcionamento psicoemocional. Isso porque quando o cérebro é forçado a operar sem nutrientes e ou intoxicado, fica perturbado, ansioso, deprimido ou irritável.
Alguns “profissionais” chegam a submeter seus “alunos” a muitas horas sem água, alimentação ou pausa para ir ao banheiro, alegando que têm que desenvolver “domínio sobre o corpo”. Absurdo: é um treinamento para otimizar a vida ou para lutar em uma guerra?
- Por vezes, alguns profissionais “abrem” processos mentais-emocionais, abordando questões profundas da psique e passado do público atendido, mas não dão um “fechamento” adequado para as mesmas. Podendo assim causar surtos e transtornos agudos que, muita vezes, infelizmente, levam pacientes até a quadros psiquiátricos descompensados.
- Cursos de “formação” expressos, de algumas horas em um mero final de semana: alguém realmente pode aconselhar ou guiar direito outra pessoa pelo que aprendeu em tão pouco tempo?
- Divulgar (ou até tentar fazer isto) que substituem o psicólogo, psiquiatra ou outros profissionais, sobretudo de saúde: cada um tem a sua importância e sua experiência em áreas específicas que raramente pode ser substituída por “alguém de fora”. A ideia é que a multidisciplinaridade, com respeito a competências individuais, seja usada via colaboração em benefício do paciente e não para atender interesses de egos individuais. É claro, entretanto, que uma pessoa, bem orientada, que siga bem as dicas que recebeu, melhore seus hábitos de vida e use bem os instrumentos que aprendeu, pode “sozinha” resolver vários problemas em sua vida, mas esta não é regra absoluta.
Entendido?
Fica o alerta. Isto aqui deve ajudar ainda mais: https://icaro.med.br/?s=escolha%20profissional