Post de 17 de janeiro de 2014 no excelente site do Dr. Roberto Franco do Amaral
(texto abaixo de autoria dele)
http://www.robertofrancodoamaral.com.br/blog/hormonios/fadiga-adrenal/
Este artigo tem como objetivo abordar alguns dos equívocos em torno da fadiga adrenal. Apesar de excelentes livros terem sido escritos pelo Dr. James Wilson e diversos outros pesquisadores, muitos dentre os profissionais médicos ainda não reconhecem essa condição subdiagnosticada.
A fadiga adrenal afeta de forma pandêmica a atual civilização, em razão de vários fatores como os descritos abaixo:
- Medo
- Estresse emocional
- Perda do emprego
- Pressão no trabalho
- Pressão na escola/ faculdade
- Pressão financeira
- Alergia
- Cigarro
- Cafeína
- Excesso ou falta de exercícios
- Toxinas
- Relacionamentos amorosos em crise ou rompimentos
- Perdas de entes queridos
- Violência urbana
- Caos Urbano
- Bullying
- Preocupações familiares, principalmente com filhos ou pais doentes
- Infecções e internações
Tudo isto dificulta a atividade humana, impedindo inclusive que as pessoas continuem produtivas sob o ponto de vista social e econômico. Com este artigo, espero fornecer um recurso informativo para todos os que sofrem de fadiga adrenal.
O que é fadiga adrenal? E por quais razões provoca tantos sintomas e tantas queixas?
As glândulas adrenais são parte importante de seu sistema endócrino, que é o responsável pelo controle da sua pressão arterial, ciclo do sono, imunidade, regulação do metabolismo do sódio, do potássio, da água, dos carboidratos e também regulação das reações do corpo humano ao estresse, através de um sistema denominado eixo HPA.
O Eixo HPA
O eixo HPA é um conjunto complexo de relações e sinais que existem entre o hipotálamo, a hipófise e as glândulas adrenais. Esta relação é uma parte absolutamente indispensável da nossa existência, mas é muito difícil de entender. É um assunto complicado, e a maneira com que as glândulas adrenais, hipófise e hipotálamo interagem uns com os outros tem sido objeto de consideráveis investigações.
Estas glândulas se localizam uma sobre cada rim e são constituídas por duas porções, o córtex e a medula. A medula adrenal secreta as catecolaminas noradrenalina e adrenalina, sendo a principal fonte de adrenalina no corpo. O córtex adrenal secreta três tipos de hormônios: mineralocorticoides (aldosterona), glicocorticoides (cortisol e corticosterona) e androgênios (hormônios sexuais).
Estas glândulas constituem a primeira parte do corpo a ser diretamente atingida pelos efeitos do estresse e nessas situações, passam a funcionar de forma errada, não secretando os hormônios que deveriam. O estado de estresse crônico em sua fase mais avançada ocorre devido à falência parcial da glândula adrenal, o que provoca a diminuição gradativa do cortisol. Como o cortisol equilibra o sistema imunológico, na sua falta, a pessoa fica mais suscetível a inflamações, infecções, alergias, dermatites, dores musculares e articulares.
Além do cansaço, outros sinais que denunciam esta condição clínica são: infecções e gripes frequentes, ganho de peso e dificuldade em emagrecer, ansiedade e irritabilidade, alterações do sono, baixa libido, tonturas, baixa concentração, apatia, compulsão por doces, salgados, cafeinados e frituras.
Sintomas mais comuns:
– Dificuldade em se levantar todas as manhãs, mesmo depois de um longo sono;
– Altos níveis de fadiga ao longo do dia;
– Incapacidade de lidar com o estresse – irritação demasiada;
– Desejos por alimentos salgados ou doces;
– Níveis mais elevados de energia à noite;
– Sistema imunológico enfraquecido.
Sintomas menos comuns:
Há um grande número de outras queixas que estão associadas com a fadiga adrenal. Muitas delas estão ligadas diretamente a uma das queixas mais comuns listadas acima. Dependendo do estágio da fadiga adrenal, pode ocorrer um pequeno ou um grande número destes sintomas.
Asma, alergias ou problemas respiratórios, círculos escuros sob os olhos, tontura, pele seca, cansaço extremo até uma hora após o exercício, micção frequente, dor nas articulações, perda do tônus muscular, pressão arterial baixa, glicemia alta, baixo desejo sexual, dor nas costas, dormência nos dedos/má circulação, ganho de peso.
Então, se você tem sentido dificuldades para acordar, come exageradamente durante a tarde, não demonstra o menor interesse por sexo e se irrita com facilidade, talvez seja a hora de procurar um especialista. Fadiga adrenal ocorre devido à exposição prolongada ao estresse do trabalho, estresse emocional ou doença crônica. Testes hormonais fornecem um diagnóstico preciso.
A fadiga adrenal é raramente diagnosticada por médicos, mesmo em face das evidências apresentadas pelos novos trabalhos. Há três razões pelas quais os médicos são tão relutantes:
– Os testes de laboratório são inconclusivos;
– Os médicos são desencorajados a diagnosticar Fadiga Adrenal pela principal responsável pelo conhecimento médico tradicional, a indústria farmacêutica. Imaginem quantos problemas de saúde poderiam ser evitados com o equilíbrio desta glândula;
– Inércia nos protocolos médicos.
Para saber mais: http://adrenalfatiguesolution.com/adrenal-fatigue-a-controversial -diagnosis/
Os quatro estágios da fadiga adrenal
O termo fadiga adrenal pode em muitos aspectos ser enganoso, porque descreve uma variedade de diferentes estados no caminho que leva à exaustão adrenal. Na verdade, a maioria dos doentes de fadiga adrenal felizmente nunca alcança os últimos estágios da doença, e muitas vezes se recupera totalmente da fase 1 ou 2 da fadiga adrenal sem nunca ter sido diagnosticada corretamente.
Fases |
Características |
Sintomas |
Primeira Fase:Início da fase de ‘alarme’ |
Esta etapa descreve reação imediata do organismo a um estressor. Testes de laboratório mostram níveis elevados de adrenalina, noradrenalina, cortisol, DHEA e insulina. | Estado de maior excitação e atenção. No entanto os padrões de sono podem alterar e você pode sentir cansaço intermitente. |
Segunda Fase:Continuando a fase de ‘alarme’ |
Os níveis de DHEA e outros hormônios sexuais podem começar a cair. Isso ocorre porque os recursos necessários para produzir os hormônios sexuais estão sendo desviados para a produção de hormônios do estresse, como cortisol. | Durante este estágio, você vai começar a sentir os efeitos do excesso de esforço das suas adrenais. Um sentimento comum é o de estar “inquieto, mas cansado”. Nesta fase, cuidado com o café. |
Terceira Fase:A fase de ‘Resistência’ |
Durante esta fase, o sistema endócrino continua a se concentrar na produção de hormônios do estresse, à custa de hormônios sexuais. Os níveis de DHEA e outros hormônios sexuais continuam a cair. | Neste ponto, o indivíduo ainda é capaz de funcionar, ter um emprego e continuar uma vida bastante normal. Os sintomas incluem cansaço, falta de entusiasmo, infecções regulares e um menor impulso sexual. Esta fase pode continuar por vários meses ou mesmo anos. |
Quarta Fase:A fase de ‘Burnout’ |
Depois de algum tempo o corpo esgota as maneiras de fabricar os hormônios do estresse, e os níveis de cortisol, finalmente, começam a cair. Agora, os níveis de ambos os hormônios, sexuais e do estresse, estão baixos. | Durante este estágio final de fadiga adrenal, o indivíduo pode sofrer de cansaço extremo, falta de desejo sexual, irritabilidade, depressão, ansiedade, perda de peso, apatia e desinteresse pelo mundo ao seu redor. A recuperação desta fase da fadiga adrenal requer um tempo significativo, paciência e muitas vezes mudança completa no estilo de vida. |
Cafeína realmente dá energia?
O que acontece cada vez que você bebe uma xícara de café? Seu cérebro envia uma mensagem para a glândula hipófise, que libera um hormônio que diz às suas adrenais para produzirem adrenalina e o hormônio do estresse cortisol. Em outras palavras, você está provocando exatamente o mesmo tipo de resposta ao estresse que seu corpo usa quando você está em perigo físico iminente.
Se você só toma uma xícara de café ocasionalmente, suas glândulas adrenais serão capazes de reagir rápida e eficazmente a este tipo de estimulação. Mas se você estiver bebendo várias xícaras de café por dia, você começa a notar uma reação mais lenta e diminuída. Algumas pessoas podem dizer que sua “tolerância” tem aumentado, ou que seu corpo apenas processa melhor a cafeína, mas a verdade é um pouco diferente. Depois de longo prazo e repetidas doses de cafeína, suas glândulas adrenais são simplesmente enfraquecidas e menos capazes de responder adequadamente.
Fadiga adrenal e Sistema Imunológico
Os hormônios produzidos pelas glândulas adrenais e particularmente o cortisol, desempenham um papel importante na regulação do seu sistema imunológico. Uma das muitas funções do cortisol é reduzir a inflamação. Se os seus níveis de cortisol forem muito baixos ou muito altos, isso pode levar à infecções regulares, inflamação crônica, doenças autoimunes ou alergias. A manutenção de um nível equilibrado de cortisol é uma parte importante do “se manter saudável”.
Os níveis de cortisol podem tornar-se desequilibrados durante as diferentes fases da fadiga adrenal. Na verdade, os níveis de cortisol dependerão em grande parte de que fase da doença você atingiu. Se você ainda está nos estágios iniciais, seus níveis de cortisol tendem a ser elevados, junto com adrenalina e noradrenalina. Se você está nos estágios mais avançados da fadiga adrenal, seus níveis de cortisol serão muito menores. Nenhum dos casos é benéfico para o seu sistema imunológico.
Cortisol elevado
Durante os primeiros estágios da fadiga adrenal, o eixo HPA está produzindo grande quantidade de hormônios do estresse. Isto significa que o nível de cortisol é elevado, o que suprime o sistema imunológico e reduz a inflamação. O sistema imunológico suprimido nos deixa vulneráveis a doenças. E aqueles de nós que estão sob estresse de longo prazo tendem a sofrer desproporcionalmente com vírus de gripes e resfriados, além de infecções bacterianas.
Cortisol diminuído
Se o cortisol cai muito abaixo do nível ótimo, remove-se completamente a válvula de segurança que impede o sistema imunológico de reagir contra as ameaças. Durante os últimos estágios da fadiga adrenal, as glândulas adrenais tornam-se cansadas, esgotadas e incapazes de produzir os hormônios que seu corpo precisa. Os níveis de cortisol começam a cair rapidamente e o indivíduo passa rapidamente do “status” de ter muito cortisol para o de ter muito pouco mesmo.
Isto significa que a regulação do efeito anti-inflamatório pelo cortisol está ausente. Sem cortisol suficiente, não há nada para prevenir a inflamação grave, crônica. Com efeito, o sistema imunológico passa a funcionar fora de controle. Baixo nível sérico de cortisol leva ao aumento da produção de citocinas pró-inflamatórias, que levam a um excesso de ativação do sistema imunológico e processos inflamatórios.
De acordo com Dr. Thomas Guilliams, imunologista, “O resultado é a amplificação de inúmeras vias inflamatórias e aumento da susceptibilidade para o desenvolvimento de doenças inflamatórias, incluindodoenças autoimunes, transtornos do humor, atopia, malignidade, síndrome da fadiga crônica, síndrome de dor crônica, obesidade, desequilíbrio da glicemia e fibromialgia. “
Tratamento para fadiga adrenal
A fadiga adrenal pode ser tratada com reposição hormonal, mas a alimentação exerce papel fundamental para controlar os sintomas e garantir uma vida mais feliz e saudável:
– Restrinja o consumo de alimentos refinados como pão, arroz e massas brancas. Prefira as versões integrais
– Evite alimentos que contenham glúten, pois eles são potencialmente alergênicos (aveia, centeio, derivados de farinha de trigo). Laticínios também devem ser evitados.
– Café e bebidas estimulantes são desaconselhados, bem como açúcar
– Invista em alimentos ricos em ômega 3 (salmão, linhaça, chia); frutas e vegetais com alto teor de vitamina C (laranja, caju, acerola), fontes de zinco (semente de abóbora) e vitaminas do complexo B (cereais integrais)
– Cuidado com o jejum prolongado (mais de 3h) e privação de sono.
– Incorpore antioxidantes à dieta para combater os radicais livres. Estes alimentos trazem diversos benefícios ao organismo.
Para evitar que a fadiga adrenal retorne, além de controlar os níveis de estresse, você deve apostar em uma dieta balanceada.
Recursos úteis:
Fadiga adrenal, estresse e vida moderna
As pressões para se tentar encontrar um equilíbrio entre a vida e o trabalho podem ser esmagadoras. Se você está se sentindo cansado ou estressado, você pode estar sofrendo de fadiga adrenal.
O site do Dr. James Wilson, que publicou Fadiga Adrenal:. Síndrome de Estresse do século 21
Centro de fadiga adrenal do Dr. Lam
Dr. Michael Lam é um especialista fadiga adrenal e autor do livro . Síndrome de Fadiga Adrenal
O Método Kalish1 , projetado e ministrado pelo Dr. Daniel Kalish, integra testes científicos com soluções naturais de saúde para curar suas glândulas adrenais e restaurar sua função normal.
Os testes de laboratório usados para diagnosticar fadiga adrenal incluem testes de cortisol, testes de tireoide e testes de neurotransmissores.
Sugestões de Dieta para Fadiga Adrenal
Melhorar a sua dieta é o primeiro passo para combater a fadiga adrenal. Aqui estão algumas sugestões de dieta e estilo de vida simples para você seguir.
Suplementos para Fadiga Adrenal
Tomar as vitaminas, os minerais, probióticos e suplementos herbais podem fazer uma enorme diferença no sucesso do tratamento da fadiga adrenal.
A reposição hormonal pode ser uma parte importante do tratamento para a fadiga adrenal, especialmente para aqueles em estágios mais avançados da doença.
Respiração profunda e o tipo certo de exercício podem acelerar a sua recuperação. Certifique-se de que você não está se exercitando demais, pois isso irá enfraquecer suas glândulas adrenais.
Quanto tempo leva para se recuperar?
A recuperação da fadiga adrenal é certamente possível, mas pode levar algum tempo. Siga estas dicas simples para acelerar a sua recuperação e restauração dos seus níveis hormonais.
Fontes:
http://adrenalfatiguesolution.com/adrenal-fatigue-a-controversial-diagnosis/
http://adrenalfatiguesolution.com/immune-system/
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/FisiologiaAnimal/hormonio5.php